Editorial Noticias, Lisboa 1998
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
A
impressão de realidade. Os efeitos de ficção. Os mundos possíveis. O cinema
clássico. O cânone. A História e a narrativa.
2. O GESTO DO
REALIZADOR
1903-1907.
Edison. Porter. Griffith. O cinema primitivo. Predomínio do operador de câmara.
A fragmentação do espaço. O poder de ubiquidade. O triunfo do filme de ficção.
3. ADMIRÁVEL MUNDO
NOVO
1908-1913.
Griffith. Bitzer. Arvidson. Woods. Gish. Os ensaios teatrais. Histórias e
actores de repertório. O conferencista. O raccord.
Os cortes. A
ilusão de continuidade. O espaço fílmico e o espaço dramático. A montagem
alternada e a montagem paralela. A elipse. A amplificação. O grande plano. O
rosto do actor e a luz interior. O declínio da representação histriónica. A
noção de transparência. A função autor.
4. OS PASSOS EM
VOLTA
1912-1916.
Zukor. Pickford. B. P. Schulberg. Actores famosos em peças famosas. Filmes de
Classe A e de Classe B. Block booking (distribuição conjunta). First running (circuitos
de estreia) e reprise (reposição). O contrato e o
salário da estrela. A matéria-prima e os valores de produção.
5. AS RECEITAS E OS
COZINHEIROS
1912-1916.
Woods. Loos. C. B. De Mille e W. De Mille. Ince. Sullivan. Greene. Goldwyn. A
sequência cinematográfica. Os valores humanos universais. O orçamento e o
desgloso (script breakdown). O argumento (story
script) e o
guião (shooting script). Filmar
como está escrito. Os relatórios de produção. Os concursos de histórias. Os
departamentos de argumentos. Os leitores. A sinopse. A propriedade literária.
Os autores eminentes.
6. O ESPÍRITO DO
MAL
Palmer.
Loos e Emerson. Fairbanks. Forster. Como escrever filmes. O paradigma do Lobo
Mau. O drama e o conflito. As acções mentais. A harmonia do mundo. O nó da
intriga (plot point). A antecipação, o retardamento e o resultado
previsto (pay off). O princípio do prazer. A história
e o enredo. As motivações. A rapidez e a unidade de acção. As estruturas de
concentração emocional. Os problemas da adaptação. A simpatia das estrelas. O
herói e as paixões. A revelação, o clímax e a resolução. O final feliz. O acaso
e a coincidência.
7. O TEMA AMERICANO
1908-1916.
Griffith. Woods. Ball. Palmer. Loos e Emerson. Os palácios de cinema. O cinema
como escola e como museu: a missão reformadora. O tema. A linguagem ecuménica.
Planos de filmagem (takes) e planos de montagem (shots).
O
cinema-espectáculo. A dissecação da cena. A variedade visual. A liberdade de
expressão. A amálgama entre História e ficção. A superioridade da democracia.
8. ESTRELAS QUE
CHORAM
1916-1927.
Swanson. Sennett. C. B. De Mille. Macpherson. Budd Schulberg. Pickford. Marion.
Bow. Glyn. Os adereços e os cenários. A dimensão humana da representação. A
ética hedonista. Os figurantes. Os filmes de mulher. O paradigma da Cinderela.
Da mulher-criança à mulher independente. A atracção bissexual. A idolatria dos fans.
Os reveses da
fortuna. O sonho americano.
9. A FICÇÃO E A
MENTIRA
1916-1923.
Griffith. Stroheim. Loos. Emerson. Laemmle. Thalberg. Mais figurantes e mais
cenografia. A logística da produção. O assistente de realização. O ódio e o
vilão. A ficção e a mentira. A imaginação melodramática. O estúdio como fábrica
de filmes. Contratos e padrões de trabalho.
10. DOMINAR, DESTRUIR,
REINVENTAR
1917-1923.
Schub. Eisenstein. Lunatcharsky. Meyerhold. Lenine. Kulechov. Vertov. Bogdanov.
Sklovski. A revolução aprende com o cinema capitalista. O entretenimento e a
propaganda. A montagem em planos curtos. A tipagem social. O efeito Kulechov. A
geografia criativa. As pontes semânticas. Os futurismos contra o argumento e a ficção.
O cine-olho e as cine-sensações. O Proletkult. A arte utilitária.
11. CONTRA FACTOS
NÃO HÁ ARGUMENTOS
1924-1928.
Goldwyn. Stroheim. Diderot. Zola. Daniels. Hersholt. Mayer. Thalberg.
Schulberg: pai e filho. Sternberg. Os locais naturais e os homens autênticos: o
realismo absoluto. O drama naturalista. A verdade cénica. Os espaços habitados.
A deriva estética e a proliferação de sentidos. Mais estrelas do que há no céu.
Fetichismo e perfeccionismo.
12. A SITUAÇÃO, A
DECISÃO, A TRANSPARÊNCIA
Sullivan.
Ince. Hart. Nichols. Curtiz. Ingrid Bergman. Bogart. Heróis determinados e
relutantes. O pragmatismo contra a indecisão. A organização da narrativa em
três actos. A cena de transfiguração e a redenção instantânea. Uma cultura de
afirmação e integração. A situação
dramática.
O anacronismo. O observador ubíquo e invisível. Composição central e frontal. A
hierarquia expressiva. O sentido óbvio. A transparência narrativa. As
estruturas interna e externa. Mise en scène, mise en cadre, mise en
chaine. A
escrita do argumento e a escrita do filme.
O
sistema dos estúdios. Refazer os filmes.
13. OS EXCITANTES
ESTÉTICOS
1923-1924.
Eisenstein. Meyerhold. Koulechov. Shub. Vertov. O construtivismo. A
biomecânica. O Proletkult. A montagem das atracções. Os reflexos condicionados.
Pragmática e contexto comunicacional. O herói colectivo. A tipagem social. A
forma do filme. O conceito
de
plano. A máquina de semear ideias. O cine-punho contra o cineolho.
14. A MÁSCARA E A
HIPNOSE
1922-1924.
Goebbels. Harbou. Lang. O ideal do filme nazi. O folhetim. O maniqueísmo. O
expressionismo. Os disfarces. O tirano e o caos. A palavra de ordem. A relação
hipnótica.
15. ESTRANHOS
OBJECTOS POÉTICOS
1925-1929.
Eisenstein. Sklovski. Pudovkin. A sinédoque. A metáfora e a metonímia. A
composição orgânica. O êxtase e o patético. Os formalistas russos. O efeito de
estranheza. O objecto em contexto. A vanguarda. A imagem como signo. O cinema
intelectual. A escrita ideogramática. A ditadura do sentido. A tomada de
consciência. O guião de ferro. O manifesto do cinema sonoro.
16. O PARAÍSO
PERDIDO
1921-1934.
Hays. Swanson. De Mille. Quigley. Padre Lord. Breen. A censura. Os escândalos
das estrelas. O cinema na vez do padre e do professor. O perigo dos escritores.
A Fórmula Hays. Os Interditos e as Precauções. O Código de Produção. Os Dez
Mandamentos. O prazer do mal. O poder, o crime e o sexo. Estrelas despertam o
desejo de imitação.
17. O COMÉRCIO DA
IMAGINAÇÃO
1926-1932.
B. P. Schulberg. H. Mankiewicz. Furthman. Hecht Sternberg. Os diálogos. A
experiência jornalística. A máquina de fazer dinheiro. O mau da fita. Ser ou
não ser o autor. Os tarefeiros.
18. A PLANIFICAÇÃO
E A MONTAGEM ANALÍTICAS
Dmytryk.
Bazin. Munsterberg. Balazs. O raccord. A anotadora. A invisibilidade
da
técnica. Tempos fortes e tempos mortos. A elipse. A mudança do plano. A
montagem analítica. O cinema como processo mental. A atenção, a memória e a
imaginação. O campo contracampo. O grau zero da escrita. Cineastas funcionais e
problemáticos. O som indivisível. A escuta e o fora de campo. A música de fundo.
19. O TOQUE DO
OLHAR
1927-1931.
B. P. Schulberg. Sternberg. Pickford. Thalberg. Jannings. Furthman. Selznick.
H. Mann. Dietrich. Eisenstein. A pintura. A pose. Filmar o pensamento. A ordem
fabril. As retakes
e as previews. A
imagem do estúdio. Produção centralizada versus unidades de produção. Rushes. Os actores como pedra para
esculpir. Obsessões que sobrevivem.
20. AS MÁQUINAS DO
FUTURO
1924-1933.
Lang. Pommer. Harbou. Marinetti. Goebbels. Americanismo. Taylorismo. Fordismo.
O colosso e o ornamento. O expressionismo. O robot. A sociedade totalitária. O
futurismo. Assassinos em série. As vozes sem corpo. As palavras de ordem. Os
dispositivos de mediação.
21. MONÓLOGO A
VÁRIAS VOZES
1930-1933.
Eisenstein. Pickford. Fairbanks. Selznick. Tissé. Alexandrov. Montagu.
Dietrich. Sternberg. Zukor. Lasky. Schulberg: pai e filho. Cooper. Joyce.
Dreiser. O melhor filme do mundo. Os departamentos de publicidade. O pensamento
íntimo das estrelas. O monólogo
interior.
O filme como tribunal.
22. FOTOGENIA,
GLAMOUR, VOYEURISMO
1930-1933.
Dietrich. Sternberg. Delluc. Epstein. Trotti. Lawson. A mulher fatal. O corpo e
a voz. A composição plástica. A fotogenia. O inconsciente do real. A
inteligência do cinema. O glamour. A
pose. A suspensão da narrativa. A imagem-fetiche. Os espaços mortos dos planos.
Voyeurismo e exibicionismo. O passivo e o activo. Androginia feminina e sedução
bissexual. Os personagens instantâneos. Os décors exóticos. Os valores morais compensatórios.
O ciclo da mulher perdida.
23. O PRAZER DA
ANSIEDADE
1921-1939.
Zukor. Lasky. Hitchcock. Balcon. Montagu. Histórias visuais. O storyboard. A ansiedade profissional. A
percepção do medo. A imagem do realizador. Começar pelo fim. O MacGuffin. A
dupla perseguição. O filme-itinerário. O protagonista passivo. O mistério, a
surpresa
e o suspense.
24. OS ESTÚDIOS E
OS GÉNEROS
1928-1948.
O sistema dos estúdios. O oligopólio vertical: produção, distribuição,
exibição. As salas de estreia. Block booking e blind booking. O período de clearance. A economia de escala. A sessão dupla.
Õs filmes de série B. O efeito de reconhecimento. A fábrica de sonhos. As
convenções de género. Biografia e padronização psicológica. Personagens lisos e
redondos. A procura da felicidade. O prazo limite. As duas linhas de enredo. A
intertextualidade. A verosimilhança.
25. A GLÓRIA DO
TRIUNFO
1924-1934.
Hawks. Hecht. Hughes. Zanuck. Warner. Wallis. Foy. Lawson. Hays. Histórias de cão. A reciclagem
dos argumentos. A série B. A rapidez de acção. A cidade e a noite. Os filmes de
primeira página. O relatório de produção. O darwinismo social. O ciclo dos gangsters. Os heróis fascistas. A escola do
crime. O prazer do mal.
26. O SONHO E O
RESSENTIMENTO
1931-1940.
Loos. Thalberg. Scott Fitzgerald. Samuel Marx. Harlow. Herman e Joseph
Mankiewicz. Lawson. Wanger. Budd Schulberg. Previews e retakes. Filmes só de estrelas. O
argumento não é literatura. A escrita em grupo. Os nomes no genérico. A
Associação de
Argumentistas.
O comissário político. Os direitos de autor. A equação fílmica. O último
magnata. Ideias que andam no ar.
27. A LETRA E O
ESPÍRITO
1935-1942.
Hitchcock. Selznick. Du Maurier. James. Fontaine. A fidelidade aos romances. A
sinergia comercial. O filme-acontecimento. Filmes caros ou baratos. Chamariz
publicitário e controlo da imprensa. A voz sobreposta. O olhar subjectivo e a
consciência reflectora. A montagem na câmara. O triunfo da unidade de produção.
A suspeita e a culpa universais. O filme como relação mental. A direcção de
espectadores.
28. CADA UM É TANTA
GENTE
1939-1942.
H. Mankiewicz. Welles. Houseman. Schaefer. Hearst Perguson. Toland. Bazin. O teatro
radiofónico. Os efeitos sonoros. A voz subjectiva e a voz sobreposta. Os
truques de cenografia. A grande angular. O plano-sequência e a profundidade de
campo. A ambivalência
ontológica
da realidade. A montagem no interior dos planos. O espaço narrativo. A corrente
de consciência. O flashback.
A imagem do
sujeito.
29. O VERDADEIRO E
O FALSO
1939-1944.
Ingrid Bergman. Kay Brown. Selznick. Whitney. Bogart. Curtiz. Cooper. Jennifer
Jones. Fontaine. A estratégia das remakes. O trabalho de copista.
Divinização e aburguesamento das estrelas. O brilho na ponta do nariz. O
aluguer de estrelas. A análise das personagens.
30. NINGUÉM É UMA ILHA
1944-1945.
Hemingway. Hawks. Faulkner. Samuel Marx. Thalberg. Zanuck. Warner. Furthman.
Bacall. Backstory: de onde vêm as personagens? A mulher insolente. The Look. A
direcção de actores e a arte do convívio. O trabalho em grupo. A firmeza de
carácter. A segunda
oportunidade.
A perícia profissional. O isolacionismo. A ética da amizade. Liberdade e
ideologia.
31. OS DEMÓNIOS
CONTRA A RAZÃO
1945-1946.
Selznick. May Romm. Irene Mayer. J. Jones. Hitchcock. Hecht. Bergman. Lajos
Egri. Lawson. Peck. Whitney. Psicanálise e terapêutica. O culpado é
o inconsciente.
As dimensões do comportamento humano. Realismo psicológico e social. A
naturalidade falseada.
A
representação negativa. O plano de reacção. Os actores sob o efeito Kulechov. O
trabalho do sonho e o trabalho do filme. As figuras do pensamento. A implicação
semântica.
32. NEGRO A PRETO E
BRANCO
1944-1946.
Bacall. Bogart. Hawks. Chandler. Schrader. Dmytryk. Faulkner. Brackett.
Furthman. As críticas ao escritor. A magia das palavras. A arte do crime. O
romance problema e a literatura canalha. Pulp fiction. O filme negro. A mulher
fatal. O sexo e o medo. A paranóia e a instabilidade. A arte e a sociologia. Os
diálogos oblíquos. A opacidade e os vazios da ficção.
33. SER OU NÃO SER
ANTIAMERICANO
1947-1954.
Lawson. Warner. McCarthy. Dmytryk. Budd Schulberg. Kazan. Spiegel. Cohn.
Brando. O pânico da televisão. A lei antitrust. A comissão das Actividades
Antiamericanas. Os Dez de Hollywood. O americanismo. As listas negras. A
delação. O fracasso dos filmes progressistas. A liberdade de expressão. O gangsterismo
sindical.
34. A FÉ NA
REALIDADE
1945-1953.
Bergman. Rossellini. Zavattini. Barbaro. Goldwyn. Hughes. Sanders. O
neo-realismo. A verdade e a justiça. Uma estética da rejeição. Os planos longos
e a integridade do tempo. Os não-actores. A desdramatização. Os lugares e as
coisas tais como são. A improvisação. O axioma da objectividade e a ambiguidade
da arte. O filme como
experiência
do mundo. A política dos autores. O cinema moderno. A miséria espiritual. Nem
intriga nem resolução. O padre e o psiquiatra. O choque de culturas. O turismo
e o sagrado.
35. OS ESPELHOS DA
ALMA
1947-1955.
Brando. Kazan. Stanislavksi. Strasberg. Adler. Bow. Schulberg.
Aprender
com a vida. A representação do interior. O Método e o Actor's Studio. A
construção da personagem. A exploração do eu enquanto outro. A fé cénica. A
memória afectiva. O subtexto. O objecto expressivo. O filme mostra o invisível.
Androginia masculina e sedução bissexual. O rosto que escuta. A manipulação
emocional do actor. As tarefas parcelares. A indução psicodramática. A
desinibição criativa. A revolta e o sofrimento de infância. O culto da
personalidade dos actores.
36. CONCLUSÃO
A
narrativa e a organização industrial do cinema. O controlo do filme a partir do
argumento. Uma arte impura. O estatuto do argumentista. Ninguém vai ao cinema
para ficar deprimido. A Poética de Aristóteles. Estandardização e
práticas de ruptura. O trabalho colectivo. A política
dos
autores. O vínculo de modernidade. Um mundo feito de histórias. A sala escura.
Os rituais de reconhecimento.
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE ONOMÁSTICO