O Funeral do Patrão (1975) é um filme de longa-metragem de Eduardo Geada, uma das primeiras obras de ficção do cinema militante português, género amplamente explorado em Portugal na década de setenta, em particular no documentário.
Em consequência de uma greve numa fábrica cujo dono decide descontar um terço do salário dos trabalhadores para comprar máquinas e fazer face à concorrência, estes vêem-se perante a séria ameaça da repressão policial. Decidem então empreender novas formas de luta, mediante uma narrativa em que põem a nu a exploração e opressão de que são vítimas.
Com a Revolução dos Cravos, no dia 25 de Abril de 1974, abrem-se portas para uma renovação social em que dominam a liberdade de expressão e as lutas das classes mais desfavorecidas. Acredita-se que o socialismo deixa de ser uma utopia e que os progressos que a ele conduzem serão irreversíveis.
O Funeral do Patrão é uma contundente sátira política que concilia os métodos de representação da revista à portuguesa com a tradição da commedia dell'arte, que anima as melhores experiencias teatrais de Dario Fo.
Neste filme, a obra de Dario Fo - que viria a ser galardoada com o Premio Nobel da Literatura em 1997 - foi pela primeira vez dada a conhecer ao público português.
Youtube Funeral do Patrão de Eduardo Geada; Dario Fo; Mário Viegas
Filme completo aqui.
Ficha técnica
Realização Eduardo Geada
Argumento Eduardo Geada segundo peça de Dario Fo
Actores Mário Viegas, Artur Semedo, Luís Lello, Io Appolloni,
Lia Gama, Carlos César, Santos Manuel,
Orlando Costa, Ângela Ribeiro e António Rama.
Produtor RTP
Fotografia José Luís Carvalhosa
Montagem Eduardo Geada
Som Carlos Alberto Lopes
Canções Orlando Costa
Figurinos José Costa Reis