sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os Mundos do Cinema, de Eduardo Geada


Editorial Noticias, Lisboa 1998

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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
A impressão de realidade. Os efeitos de ficção. Os mundos possíveis. O cinema clássico. O cânone. A História e a narrativa.

2. O GESTO DO REALIZADOR
1903-1907. Edison. Porter. Griffith. O cinema primitivo. Predomínio do operador de câmara. A fragmentação do espaço. O poder de ubiquidade. O triunfo do filme de ficção.

3. ADMIRÁVEL MUNDO NOVO
1908-1913. Griffith. Bitzer. Arvidson. Woods. Gish. Os ensaios teatrais. Histórias e actores de repertório. O conferencista. O raccord. Os cortes. A ilusão de continuidade. O espaço fílmico e o espaço dramático. A montagem alternada e a montagem paralela. A elipse. A amplificação. O grande plano. O rosto do actor e a luz interior. O declínio da representação histriónica. A noção de transparência. A função autor.

4. OS PASSOS EM VOLTA
1912-1916. Zukor. Pickford. B. P. Schulberg. Actores famosos em peças famosas. Filmes de Classe A e de Classe B. Block booking (distribuição conjunta). First running (circuitos de estreia) e reprise (reposição). O contrato e o salário da estrela. A matéria-prima e os valores de produção.

5. AS RECEITAS E OS COZINHEIROS
1912-1916. Woods. Loos. C. B. De Mille e W. De Mille. Ince. Sullivan. Greene. Goldwyn. A sequência cinematográfica. Os valores humanos universais. O orçamento e o desgloso (script breakdown). O argumento (story script) e o guião (shooting script). Filmar como está escrito. Os relatórios de produção. Os concursos de histórias. Os departamentos de argumentos. Os leitores. A sinopse. A propriedade literária. Os autores eminentes.

6. O ESPÍRITO DO MAL
Palmer. Loos e Emerson. Fairbanks. Forster. Como escrever filmes. O paradigma do Lobo Mau. O drama e o conflito. As acções mentais. A harmonia do mundo. O nó da intriga (plot point). A antecipação, o retardamento e o resultado previsto (pay off). O princípio do prazer. A história e o enredo. As motivações. A rapidez e a unidade de acção. As estruturas de concentração emocional. Os problemas da adaptação. A simpatia das estrelas. O herói e as paixões. A revelação, o clímax e a resolução. O final feliz. O acaso e a coincidência.

7. O TEMA AMERICANO
1908-1916. Griffith. Woods. Ball. Palmer. Loos e Emerson. Os palácios de cinema. O cinema como escola e como museu: a missão reformadora. O tema. A linguagem ecuménica. Planos de filmagem (takes) e planos de montagem (shots). O cinema-espectáculo. A dissecação da cena. A variedade visual. A liberdade de expressão. A amálgama entre História e ficção. A superioridade da democracia.

8. ESTRELAS QUE CHORAM
1916-1927. Swanson. Sennett. C. B. De Mille. Macpherson. Budd Schulberg. Pickford. Marion. Bow. Glyn. Os adereços e os cenários. A dimensão humana da representação. A ética hedonista. Os figurantes. Os filmes de mulher. O paradigma da Cinderela. Da mulher-criança à mulher independente. A atracção bissexual. A idolatria dos fans. Os reveses da fortuna. O sonho americano.

9. A FICÇÃO E A MENTIRA
1916-1923. Griffith. Stroheim. Loos. Emerson. Laemmle. Thalberg. Mais figurantes e mais cenografia. A logística da produção. O assistente de realização. O ódio e o vilão. A ficção e a mentira. A imaginação melodramática. O estúdio como fábrica de filmes. Contratos e padrões de trabalho.

10. DOMINAR, DESTRUIR, REINVENTAR
1917-1923. Schub. Eisenstein. Lunatcharsky. Meyerhold. Lenine. Kulechov. Vertov. Bogdanov. Sklovski. A revolução aprende com o cinema capitalista. O entretenimento e a propaganda. A montagem em planos curtos. A tipagem social. O efeito Kulechov. A geografia criativa. As pontes semânticas. Os futurismos contra o argumento e a ficção. O cine-olho e as cine-sensações. O Proletkult. A arte utilitária.

11. CONTRA FACTOS NÃO HÁ ARGUMENTOS
1924-1928. Goldwyn. Stroheim. Diderot. Zola. Daniels. Hersholt. Mayer. Thalberg. Schulberg: pai e filho. Sternberg. Os locais naturais e os homens autênticos: o realismo absoluto. O drama naturalista. A verdade cénica. Os espaços habitados. A deriva estética e a proliferação de sentidos. Mais estrelas do que há no céu. Fetichismo e perfeccionismo.

12. A SITUAÇÃO, A DECISÃO, A TRANSPARÊNCIA
Sullivan. Ince. Hart. Nichols. Curtiz. Ingrid Bergman. Bogart. Heróis determinados e relutantes. O pragmatismo contra a indecisão. A organização da narrativa em três actos. A cena de transfiguração e a redenção instantânea. Uma cultura de afirmação e integração. A situação
dramática. O anacronismo. O observador ubíquo e invisível. Composição central e frontal. A hierarquia expressiva. O sentido óbvio. A transparência narrativa. As estruturas interna e externa. Mise en scène, mise en cadre, mise en chaine. A escrita do argumento e a escrita do filme.
O sistema dos estúdios. Refazer os filmes.

13. OS EXCITANTES ESTÉTICOS
1923-1924. Eisenstein. Meyerhold. Koulechov. Shub. Vertov. O construtivismo. A biomecânica. O Proletkult. A montagem das atracções. Os reflexos condicionados. Pragmática e contexto comunicacional. O herói colectivo. A tipagem social. A forma do filme. O conceito
de plano. A máquina de semear ideias. O cine-punho contra o cineolho.

14. A MÁSCARA E A HIPNOSE
1922-1924. Goebbels. Harbou. Lang. O ideal do filme nazi. O folhetim. O maniqueísmo. O expressionismo. Os disfarces. O tirano e o caos. A palavra de ordem. A relação hipnótica.

15. ESTRANHOS OBJECTOS POÉTICOS
1925-1929. Eisenstein. Sklovski. Pudovkin. A sinédoque. A metáfora e a metonímia. A composição orgânica. O êxtase e o patético. Os formalistas russos. O efeito de estranheza. O objecto em contexto. A vanguarda. A imagem como signo. O cinema intelectual. A escrita ideogramática. A ditadura do sentido. A tomada de consciência. O guião de ferro. O manifesto do cinema sonoro.

16. O PARAÍSO PERDIDO
1921-1934. Hays. Swanson. De Mille. Quigley. Padre Lord. Breen. A censura. Os escândalos das estrelas. O cinema na vez do padre e do professor. O perigo dos escritores. A Fórmula Hays. Os Interditos e as Precauções. O Código de Produção. Os Dez Mandamentos. O prazer do mal. O poder, o crime e o sexo. Estrelas despertam o desejo de imitação.

17. O COMÉRCIO DA IMAGINAÇÃO
1926-1932. B. P. Schulberg. H. Mankiewicz. Furthman. Hecht Sternberg. Os diálogos. A experiência jornalística. A máquina de fazer dinheiro. O mau da fita. Ser ou não ser o autor. Os tarefeiros.

18. A PLANIFICAÇÃO E A MONTAGEM ANALÍTICAS
Dmytryk. Bazin. Munsterberg. Balazs. O raccord. A anotadora. A invisibilidade
da técnica. Tempos fortes e tempos mortos. A elipse. A mudança do plano. A montagem analítica. O cinema como processo mental. A atenção, a memória e a imaginação. O campo contracampo. O grau zero da escrita. Cineastas funcionais e problemáticos. O som indivisível. A escuta e o fora de campo. A música de fundo.

19. O TOQUE DO OLHAR
1927-1931. B. P. Schulberg. Sternberg. Pickford. Thalberg. Jannings. Furthman. Selznick. H. Mann. Dietrich. Eisenstein. A pintura. A pose. Filmar o pensamento. A ordem fabril. As retakes e as previews. A imagem do estúdio. Produção centralizada versus unidades de produção. Rushes. Os actores como pedra para esculpir. Obsessões que sobrevivem.

20. AS MÁQUINAS DO FUTURO
1924-1933. Lang. Pommer. Harbou. Marinetti. Goebbels. Americanismo. Taylorismo. Fordismo. O colosso e o ornamento. O expressionismo. O robot. A sociedade totalitária. O futurismo. Assassinos em série. As vozes sem corpo. As palavras de ordem. Os dispositivos de mediação.

21. MONÓLOGO A VÁRIAS VOZES
1930-1933. Eisenstein. Pickford. Fairbanks. Selznick. Tissé. Alexandrov. Montagu. Dietrich. Sternberg. Zukor. Lasky. Schulberg: pai e filho. Cooper. Joyce. Dreiser. O melhor filme do mundo. Os departamentos de publicidade. O pensamento íntimo das estrelas. O monólogo
interior. O filme como tribunal.

22. FOTOGENIA, GLAMOUR, VOYEURISMO
1930-1933. Dietrich. Sternberg. Delluc. Epstein. Trotti. Lawson. A mulher fatal. O corpo e a voz. A composição plástica. A fotogenia. O inconsciente do real. A inteligência do cinema. O glamour. A pose. A suspensão da narrativa. A imagem-fetiche. Os espaços mortos dos planos. Voyeurismo e exibicionismo. O passivo e o activo. Androginia feminina e sedução bissexual. Os personagens instantâneos. Os décors exóticos. Os valores morais compensatórios. O ciclo da mulher perdida.

23. O PRAZER DA ANSIEDADE
1921-1939. Zukor. Lasky. Hitchcock. Balcon. Montagu. Histórias visuais. O storyboard. A ansiedade profissional. A percepção do medo. A imagem do realizador. Começar pelo fim. O MacGuffin. A dupla perseguição. O filme-itinerário. O protagonista passivo. O mistério, a
surpresa e o suspense.

24. OS ESTÚDIOS E OS GÉNEROS
1928-1948. O sistema dos estúdios. O oligopólio vertical: produção, distribuição, exibição. As salas de estreia. Block booking e blind booking. O período de clearance. A economia de escala. A sessão dupla. Õs filmes de série B. O efeito de reconhecimento. A fábrica de sonhos. As convenções de género. Biografia e padronização psicológica. Personagens lisos e redondos. A procura da felicidade. O prazo limite. As duas linhas de enredo. A intertextualidade. A verosimilhança.

25. A GLÓRIA DO TRIUNFO
1924-1934. Hawks. Hecht. Hughes. Zanuck. Warner. Wallis. Foy.  Lawson. Hays. Histórias de cão. A reciclagem dos argumentos. A série B. A rapidez de acção. A cidade e a noite. Os filmes de primeira página. O relatório de produção. O darwinismo social. O ciclo dos gangsters. Os heróis fascistas. A escola do crime. O prazer do mal.

26. O SONHO E O RESSENTIMENTO
1931-1940. Loos. Thalberg. Scott Fitzgerald. Samuel Marx. Harlow. Herman e Joseph Mankiewicz. Lawson. Wanger. Budd Schulberg. Previews e retakes. Filmes só de estrelas. O argumento não é literatura. A escrita em grupo. Os nomes no genérico. A Associação de
Argumentistas. O comissário político. Os direitos de autor. A equação fílmica. O último magnata. Ideias que andam no ar.

27. A LETRA E O ESPÍRITO
1935-1942. Hitchcock. Selznick. Du Maurier. James. Fontaine. A fidelidade aos romances. A sinergia comercial. O filme-acontecimento. Filmes caros ou baratos. Chamariz publicitário e controlo da imprensa. A voz sobreposta. O olhar subjectivo e a consciência reflectora. A montagem na câmara. O triunfo da unidade de produção. A suspeita e a culpa universais. O filme como relação mental. A direcção de espectadores.

28. CADA UM É TANTA GENTE
1939-1942. H. Mankiewicz. Welles. Houseman. Schaefer. Hearst Perguson. Toland. Bazin. O teatro radiofónico. Os efeitos sonoros. A voz subjectiva e a voz sobreposta. Os truques de cenografia. A grande angular. O plano-sequência e a profundidade de campo. A ambivalência
ontológica da realidade. A montagem no interior dos planos. O espaço narrativo. A corrente de consciência. O flashback. A imagem do sujeito.

29. O VERDADEIRO E O FALSO
1939-1944. Ingrid Bergman. Kay Brown. Selznick. Whitney. Bogart. Curtiz. Cooper. Jennifer Jones. Fontaine. A estratégia das remakes. O trabalho de copista. Divinização e aburguesamento das estrelas. O brilho na ponta do nariz. O aluguer de estrelas. A análise das personagens.

30. NINGUÉM É UMA ILHA
1944-1945. Hemingway. Hawks. Faulkner. Samuel Marx. Thalberg. Zanuck. Warner. Furthman. Bacall. Backstory: de onde vêm as personagens? A mulher insolente. The Look. A direcção de actores e a arte do convívio. O trabalho em grupo. A firmeza de carácter. A segunda
oportunidade. A perícia profissional. O isolacionismo. A ética da amizade. Liberdade e ideologia.

31. OS DEMÓNIOS CONTRA A RAZÃO
1945-1946. Selznick. May Romm. Irene Mayer. J. Jones. Hitchcock. Hecht. Bergman. Lajos Egri. Lawson. Peck. Whitney. Psicanálise e terapêutica. O culpado é o inconsciente. As dimensões do comportamento humano. Realismo psicológico e social. A naturalidade falseada.
A representação negativa. O plano de reacção. Os actores sob o efeito Kulechov. O trabalho do sonho e o trabalho do filme. As figuras do pensamento. A implicação semântica.

32. NEGRO A PRETO E BRANCO
1944-1946. Bacall. Bogart. Hawks. Chandler. Schrader. Dmytryk. Faulkner. Brackett. Furthman. As críticas ao escritor. A magia das palavras. A arte do crime. O romance problema e a literatura canalha. Pulp fiction. O filme negro. A mulher fatal. O sexo e o medo. A paranóia e a instabilidade. A arte e a sociologia. Os diálogos oblíquos. A opacidade e os vazios da ficção.

33. SER OU NÃO SER ANTIAMERICANO
1947-1954. Lawson. Warner. McCarthy. Dmytryk. Budd Schulberg. Kazan. Spiegel. Cohn. Brando. O pânico da televisão. A lei antitrust. A comissão das Actividades Antiamericanas. Os Dez de Hollywood. O americanismo. As listas negras. A delação. O fracasso dos filmes progressistas. A liberdade de expressão. O gangsterismo sindical.

34. A FÉ NA REALIDADE
1945-1953. Bergman. Rossellini. Zavattini. Barbaro. Goldwyn. Hughes. Sanders. O neo-realismo. A verdade e a justiça. Uma estética da rejeição. Os planos longos e a integridade do tempo. Os não-actores. A desdramatização. Os lugares e as coisas tais como são. A improvisação. O axioma da objectividade e a ambiguidade da arte. O filme como
experiência do mundo. A política dos autores. O cinema moderno. A miséria espiritual. Nem intriga nem resolução. O padre e o psiquiatra. O choque de culturas. O turismo e o sagrado.

35. OS ESPELHOS DA ALMA
1947-1955. Brando. Kazan. Stanislavksi. Strasberg. Adler. Bow. Schulberg.
Aprender com a vida. A representação do interior. O Método e o Actor's Studio. A construção da personagem. A exploração do eu enquanto outro. A fé cénica. A memória afectiva. O subtexto. O objecto expressivo. O filme mostra o invisível. Androginia masculina e sedução bissexual. O rosto que escuta. A manipulação emocional do actor. As tarefas parcelares. A indução psicodramática. A desinibição criativa. A revolta e o sofrimento de infância. O culto da personalidade dos actores.

36. CONCLUSÃO
A narrativa e a organização industrial do cinema. O controlo do filme a partir do argumento. Uma arte impura. O estatuto do argumentista. Ninguém vai ao cinema para ficar deprimido. A Poética de Aristóteles. Estandardização e práticas de ruptura. O trabalho colectivo. A política
dos autores. O vínculo de modernidade. Um mundo feito de histórias. A sala escura. Os rituais de reconhecimento.

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE ONOMÁSTICO
 


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